Caetano Albuquerque

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

Jornal Partido 67

O imperialismo e seu plano para o futebol brasileiro

Editorial

A copa está chegando no final, o último jogo que definirá o campeão acontecerá neste domingo (18). Independentemente da seleção vencedora, Argentina ou França, teremos mais um país a alcançar o tricampeonato, e o Brasil mais uma vez teve que adiar o sonho do hexa. O imperialismo se esforçou bastante para impedir que este sonho se realizasse. Tínhamos a melhor equipe, qualquer casa de apostas ou torcedor verdadeiro do futebol sabia disso. Para parar o Brasil foi preciso dos juízes, da imprensa brasileira e estrangeira e, por fim, foi necessário que todas as seleções que enfrentassem o Brasil jogassem com a mais absoluta retranca, propondo um anti-jogo. Esse anti-jogo não serve apenas para impedir o poderoso ataque da nossa seleção, mas principalmente abalar o psicológico dos jogadores, o aspecto mais fraco da nossa seleção e sua única falha. Agora que fomos eliminados mais uma vez, aqueles que, já bem antes da Copa do Mundo, falavam que a Seleção Brasileira era ruim, agora entraram com uma nova campanha: a seleção brasileira precisa de um técnico estrangeiro! Não por coincidência, a campanha ganhou força no último jogo do Brasil no torneio, quando o Partido da Imprensa Golpista (PIG) deixou um pouco de lado a campanha contra o craque Neymar Jr. – que fez um belíssimo gol – e começou a criticar duramente o técnico Tite. O gaúcho, finalmente, acabou sendo apontado como o grande responsável pela eliminação da seleção. Uma canalhice, uma vez que os responsáveis pela eliminação foram os sabotadores, a começar pela própria imprensa, que a todo tempo jogou contra o time de seu próprio País.
Um dos porta-vozes da campanha é ninguém menos que Walter Casagrande, um dos maiores inimigos do futebol nacional. O comentarista disse com todas as letras que o italiano Carlo Ancelotti, atual comandante do Real Madrid, seria o “ideal”! Segundo ele, o gringo acabaria com o “esquema de amiguinhos” que existiria na CBF. Como se no Real Madrid, um dos clubes mais ricos do planeta, apenas o “mérito” contasse para definir o comandante da equipe…
A campanha serve apenas para desmoralizar o futebol brasileiro. Se a seleção contrata um técnico estrangeiro, a própria Confederação Brasileira de Futebol está dizendo que os brasileiros são incompetentes. Ou, pelo menos, os técnicos – o que já é um começo. Afinal, não há como fazer como a seleção francesa, holandesa, alemã ou espanhola, que importa os jogadores das colônias. A maioria dos “craques” das seleções europeias são trazidos dos países pobres como se fossem uma commodity. Os cartolas europeus fazem uma ligação para os técnicos africanos e, no mesmo instante, recebem uma safra de jogadores, com a papelada pronta para serem “naturalizados”.
O técnico estrangeiro, ao menos, na impossibilidade de o Brasil importar jogadores, serve para mostrar que profissionais oriundos de países “civilizados”, desenvolvidos e “organizados” são muito superiores aos “selvagens” brasileiros. É uma jogada política. Aqueles que fazem a campanha querem enfiar na cabeça de todo mundo que o futebol brasileiro não existe, que é algo decadente, do qual todos deveriam ter vergonha.
Hoje, o brasileiro é tão incompetente que não pode comandar sua própria seleção. Amanhã, a mesma desculpa aparece para comandar o seu petróleo e a Floresta Amazônica.

[js-disqus]
CausaOperariaTV
Receba Nosso Email