Na madrugada de 8 de abril, a polícia militar, a mando do governador do Mato Grosso do Sul, o tucano Eduardo Riedel, realizou um despejo ilegal contra a retomada Iwu Vera da área que estava sendo grilada pela incorporadora Corpal, para a construção de um condomínio de luxo na cidade de Dourados.
Policiais da Força Tática e do Batalhão de Choque da Polícia Militar invadiram sem nenhuma autorização judicial a retomada, expulsaram os indígenas e prenderam dez indígenas, sem informar a nenhum órgão competente para ajudar no caso, em particular da Funai, que deveria estar presente caso a ação não fosse ilegal.
Nessa ação foram presas lideranças da retomada Iwu Vera, Adelino Souza e alguns familiares e outros integrantes da retomada, somando nove prisões ilegais.
Num primeiro momento, ninguém ficou sabendo da ação. A prisão dos índios só foi descoberta quando os integrantes do Comitê de Luta Guarani-Caiouá foram até o local, onde havia uma guarnição da polícia militar, ameaçando quem se aproximasse, para evitar novas ocupações. Além disso, a polícia chegou a apreender celulares dos que tentaram filmar a ação.
Foi neste momento em que o ex-candidato ao governo do Estado pelo Partido da Causa Operária (PCO), o índio guarani Magno Souza, foi preso. Ao todo, foram dez prisões ilegais e a única justificativa para tal arbitrariedade seria o fato de os índios estarem engajados na luta pela terra. Ou seja, uma medida do Estado para defender os latifundiários e grileiros das terras indígenas.
Não é a primeira ação de despejo ilegal realizada pelo estado do Mato Grosso do Sul. E tampouco as prisões. Há cerca de um mês, em Rio Brilhante, na retomada Laranjeira-Nhanderú, policiais militares despejaram os indígenas e prenderam cinco integrantes da luta pela terra.
É preciso mobilizar para denunciar e exigir a liberdade imediata de Magno Souza, Adelino Souza e todos os presos políticos na luta pela terra!
Pelo fim da polícia militar!
Pela imediata demarcação de todas as terras indígenas no estado!
Reforma Agrária já!
Pelo fim do latifúndio!