Diferentemente do Lula, que tem amplo apoio entre os sindicatos e entre o povo trabalhador, ou de Bolsonaro, que se assenta majoritariamente sobre uma classe média falida e reacionária, o PSDB não encontra nenhuma base real de apoio. O PSDB, o DEM, o PDT e a terceira via como um todo são movimentos artificiais da burguesia, impulsionados por ela, para defender seu programa.
Dessa relação, decorre necessariamente que, por não se tratar de movimentos de massas reais, mas sim de meros joguetes da burguesia, esses partidos não têm militantes. Não se vê por aí, entre os trabalhadores, tucanos defendendo a entrega Vale em 1996 por 1% do valor real dela ou a entrega recente do Horto Florestal por Dória em São Paulo. Bom, de todo modo, esse apoio só se encontra na Globo News, mas de jeito nenhum entre os trabalhadores!
Com esse cenário, em que a direita tradicional é incapaz de mobilizar o povo, surge um objetivo: destruir os atos da esquerda. O modo pelo qual o PSDB e seus satélites tentam essa manobra é se infiltrando nelas, assaltando-os para que virem algo difuso, sem programa político, sem a defesa de Lula presidente. É um golpe que vimos no dia 3 de julho, quando o partido dos inimigos do povo surgiu de surpresa nas manifestações e foi expulso pelos manifestantes.
Os coxinhas, como bem se sabe, são todos covardes, isso é um traço característico de sua política. Correram como galinhas verdes correram dos comunistas na praça da Sé, em julho correram de novo. Isso apenas demonstra a correção da política marxista do PCO de lutar contra a participação dos golpistas nos atos de esquerda: eles fugiram e convocaram um ato próprio para o dia 12/09.
Eis aqui a intervenção política do PCO: se nós mantivéssemos calados ou imóveis, o PSDB sequestraria os atos da esquerda, transformá-los-ia em algo vazio, na materialização da política da frente ampla e em um trampolim eleitoral para João Dória; mas, graças ao PCO e à nossa campanha de luta contra os golpistas, a manifestação seguiu de esquerda, seguimos a mobilização contra Bolsonaro e todos os golpistas e a direita frenteamplista foi obrigada a convocar atos próprios.
E lá estava toda a corja: PSDB, MBL, Vem Pra Rua, Ciro Gomes e seus papagaios, junto da corja os oportunistas da esquerda Isa Penna (representando o PSOL), todo o PCdoB e, claro, a UNE e a UBES – que são comandados pelo PCdoB. Não se encontrou, no entanto, os movimentos sociais de base – a CUT ou o MST –, o PT, etc.; tampouco estiveram lá presentes os bolsonaristas assumidos, aquela massa que foi às ruas no dia 7 de setembro.
Eles tentaram atrair a esquerda para seus atos, como o lobo mau que tenta atrair a Chapeuzinho Verde-Amarelo do PCdoB para a casa da vovozinha: todavia, mais uma vez, constata-se a intervenção política do PCO, a nossa campanha contra os atos do dia 12. Os coxinhas fizeram os atos sozinhos, e isso foi o pior de seus pesadelos: pois comprovou como são incapazes de agregar qualquer coisa na luta contra Bolsonaro; antes disso, são uma soma negativa, um fracasso, pois são impopulares, repelem os trabalhadores com sua política direitista.
De tal maneira, apenas se evidenciou que não podemos apostar nossas fichas no MBL ou na direita golpista, não há união possível com a burguesia. A nossa união deve se dar entre os trabalhadores da cidade e do campo, essa frente única, sim, é capaz de pôr abaixo todo o regime político erigido pelo golpe de Estado de 2016. E o PCO vem marchando como o setor mais consciente dos trabalhadores nessa luta – pois tal é a função de um partido comunista –, devemos manter nossos esforços pela derrota da burguesia, pela derrota dos detratores do povo, pelos seus algozes, pelos seus maiores inimigos. Somos contra qualquer aliança com essa gente, defendemos a sua derrubada!