Caetano Albuquerque

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Editorial

Quem quer Lula nunca vai aceitar Doria, e vice-versa

Carta aos companheiros

Na reta final para o ato do dia 2 de outubro, durante as convocações finais e os mutirões de colagem de cartaz, enquanto panfletávamos nos formigueiros urbanos, chegou a notícia de que a ala frenteamplista não quer que evoquemos Lula nos atos. Em várias cidades do país esses partidos: PSOL, PCdoB, PDT, PCB e UP adotaram a política de impedir a campanha por Lula presidente.

Em Araraquara, interior de São Paulo, onde o nosso partido esteve à frente da organização do movimento Fora Bolsonaro, os partidos que boicotavam as manifestações locais como PCdoB, ou que participavam os militantes de base sem um apoio de fato da direção, como o PSOL, participaram da última reunião para se colocar contra o uso da faixa Lula Presidente no dia 2. No Rio de Janeiro, os mesmos partidos, com adição do PCB e da UP, se manifestaram contra a palavra de ordem Lula Presidente na frente de esquerda da zona norte, que vinha fazendo atos nos últimos meses para convocar as manifestações nacionais. Em Florianópolis, a ala anti-Lula que nos expulsou da reunião do Movimento Fora Bolsonaro local, quer desmarcar o ato por causa da previsão do tempo. Mais uma vez a pequena-burguesia florianopolitana usa a chuva para desmarcar as manifestações.

Não é mera coincidência, as faixas e as palavras de ordem pela volta do ex-presidente estão em vigor desde o início das manifestações. Esses partidos estão trabalhando para Doria, Ciro Gomes e cia. Para barrar a ala esquerda nas manifestações; o PCO e a base petista. 

Já explicamos anteriormente neste jornal que com o fracasso dos atos do dia 12 de setembro, que mostraram a dificuldade da 3ª via de se emplacar, a direita precisou apostar novamente as fichas na infiltração nos atos da esquerda. Para não repetir o fracasso do dia 3 de julho, quando o PSDB não falou no carro de som e foi expulso pelos militantes do asfalto, estão usando os partidos da esquerda pequeno-burguesa para sabotar a ala esquerda. 

A principal campanha palavra de ordem contra a frente ampla é Lula presidente. E chegaram à conclusão de que quem quer Lula presidente não pode aceitar Doria nas manifestações, e nem Ciro. É uma conclusão fácil de se chegar, pois o contrário também é verdadeiro. Nos atos do dia 12 de setembro a direita atacou covardemente o ex-presidente, e tentou o equiparar com Bolsonaro, afinal, essa é toda a campanha da 3ª via, nem Lula nem Bolsonaro. 

Qual conclusão devemos então chegar com a esquerda que serve de testa de ferro para a direita? Bom, se fazem a campanha contra Lula isso os coloca do lado de Doria. Mas é preciso entender, uma coisa é a base desses partidos, cuja maioria é Lula e não Doria, e outra coisa são as direções, para as quais o contrário é que vale. Lula significa um enfrentamento com a direita: Bolsonaro, PSDB, DEM e todo o regime golpistas das instituições, esses partidos, inclusive uma ala do PT, não estão dispostos a isso. Ainda não entenderam que depois do golpe de 2015-16 as alianças com a burguesia não são mais possíveis. Qualquer oferta da burguesia não passa de miragem ou armadilha. O problema das miragens e das armadilhas em geral é que atingem com maior eficácia justamente os desesperados. 

Precisamos reagir, se querem que abramos mão da campanha de Lula a faremos de forma ainda mais empenhada. Nosso partido começou a campanha por Fora Bolsonaro em 2018, antes mesmo dele ser eleito, já prevendo a fraude que aconteceu nas eleições deste ano. Tiramos em 2019 mais de uma faixa de 50m com a palavra de ordem. Na época todos os partidos eram contra. Tiveram que mudar de posição e entrar na campanha por fora Bolsonaro. Com Lula não será diferente; através da nossa agitação devemos garantir a campanha Lula presidente.

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